Uma das coisas mais belas da natureza terrena é a cor do céu, sem contar com as nuvens, que são um espetáculo a parte. Sempre olhei para o céu com todo o romantismo do mundo, e desde criança já sonhava em alcançar o celeste manto azul. Desejava muito viajar de avião só para chegar mais perto, já passaram pela minha cabeça milhões de ideias sobre como seria lá, no lado azul da vida, e talvez a escolha da minha profissão (meteorologista) tenha sido motivada por essa paixão.
No entanto, foi numa aula do meu curso de graduação que essa paixão evaporou. Descobrir que a cor do céu não passa de uma parte luz do sol espalhada pelas moléculas que constituem o ar atmosférico acabou com os jatos de serotonina que meus vasos recebiam ao olhar pra cima. Na verdade já tinha ouvido falar sobre isso na época de colégio, mas não havia me importado, minha paixão ainda estava acesa.
É assim: o Sol emite radiação na parte visível do espectro eletromagnético (luz visível) , esta porção do espectro caracteriza-se por frequências que vão da cor violeta até a vermelha, passando por azul, verde, amarelo, etc. Os constituintes atmosféricos absorvem outras cores e espalham principalmente a cor azul, que chega aos nossos olhos.
Depois de saber isso, nunca mais olhei para o céu da mesma maneira, agora só se trata de luz retro espalhada. Mesmo ainda se emocionando com o que vejo o sentimento não é o mesmo. Às vezes me pergunto se não era melhor continuar ignorante e admirar o céu como antes.
Mas mesmo com menos serotonina liberada, a natureza ainda nos faz despertar as melhores sensações, por isso continuo a adorando e admirando, como se não houvesse o amanhã.
